EOCA ( ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRANDIZAGEM


A Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), é um teste idealizado por Jorge Visca que avalia a aprendizagem. A EOCA é um instrumento de significativa importância para a aprendizagem, pois avalia a aprendizagem no nível cognitivo e afetivo.
COMO FAZER:
Pedir para criança abrir a caixa na qual a criança irá deparar  com todos os materiais, demonstrando interesse curiosidade, ao observar cada material.
EXEMPLO:
 Criança de 11 anos, sexo masculino. Dentro da caixa havia alguns materiais. Ao abrir a caixa, deparou-se com todos os materiais, demonstrou interesse curiosidade, observou cada material. Cortou barbante, papel em tiras, EVA e resolveu colar os materiais, porém a cola não segurou todos os materiais. Através de manobra da entrevistadora Ana Carolina, procurou algo mais firme e encontra na caixa fita adesiva e grampeador para fixar o material. Procurou por lápis na caixa e não encontra, solicitou então o auxilio das entrevistadoras. A sua produção foi um boneco de EVA com braços e pernas de barbante com papel. Durante a produção a criança fez uso da mão direita junto com a mão esquerda e demonstrou uma motricidade fina precisa. A criança, apesar de falar pouco durante a entrevista, demonstrou que fala corretamente e que articula bem as palavras.
Resultados: A criança hiper-assimilou e hipo-acomodou com tantos materiais e o uso dos recursos foi mínimo, logo a aprendizagem foi pouca, manteve-se concentrador por 20 minutos durante a produção do boneco, porém não mostrou interesse na leitura ou escrita. A interação com as entrevistadoras foi mínima, apenas quando necessitou de auxílio. Pouca manobra pelas aplicadoras, a modalidade foi pouco estimulada, apenas para orientação acerca das materiais que poderia utilizar.



E   O   C   A

O processo diagnóstico consta por uma série de passos por cujo meio se realiza o reconhecimento das dificuldades, o prognóstico e as indicações.
Entre estes processos destacamos a E.O.C.A. – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, elaborada pelo professor argentino Jorge Visca, cujo objetivo é de estudar as manifestações cognitivo-afetivas da conduta do entrevistado em situação de aprendizagem. Permite ainda se obter uma visão conjugada e uma hipótese diretriz do interjogo dos aspectos cognitivos e afetivos da aprendizagem, bem como os pontos de alerta que deve  ser verificada para constatação ou não das hipóteses levantadas.
A EOCA é utilizada como ponto de partida em todo processo de investigação diagnóstica das dificuldades de aprendizagem.
Este instrumento consiste em uma entrevista estruturada que põe em evidência o aprendizado e conta como reativos quaisquer material, dependendo da idade do educando e da queixa. Avaliação Psicopedagógica e a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA) É um instrumento inspirado na psicologia ,é de uso simples que avalia em uma entrevista a aprendizagem. (BOSSA, 2007.p.46) Uma forma de primeira sessão diagnóstica através da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem – EOCA, ao dizer: “Em todo momento, a intenção é permitir ao sujeito construir a entrevista de maneira espontânea, porém dirigida de forma experimental. Interessa observar seus conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismos de defesas, ansiedades, áreas expressão da conduta, níveis de operatividade, mobilidade horizontal e vertical etc”. (Weiss apud Visca, 2007, p. 57). As propostas a serem feitas na E.O.C.A, assim como o material a ser usado, vão variar de acordo com a idade e a escolaridade do paciente.
MENOR DE 5 ANOS- folhas coloridas, almaço, sulfite, borracha, vareta, tudos empre nas embalagens.(caneta, lápis sem apontar, apontador, canetinhas,lápis de cor, cera etc).

MAIOR QUE 5 ANOS- massa, cubos, jogos de encaixe, livro, revistas , caderno, cola, tinta guache, toalha pincel, borracha, tesoura, cartões de 15 cm, diversos tipos de papel, jogos- soletrando, quebra-cabeça(fácil) cola colorida etc).

Os objetos são deixados sobre uma mesa, organizados de tal forma que o entrevistado precise abrir as caixas de lápis, o estojo, apontar o lápis preto sem ponta, procurar o que deseja observar todo material para decidir o que vai utilizar.
CONSIGNAS E INTERVENÇÕES
As consignas e intervenções possibilitam observar:
·        a possibilidade de mudança de conduta;
·        a desorganização ou reorganização do sujeito;
·        as justificativas verbais ou pré­verbais;
·        a aceitação ou a recusa do outro (assimilação, acomodação, introjeção, projeção).
Tipos de consignas e intervenções: De abertura
“Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu. Esse material é para que você utilize como desejar, pode escolher e usar o que quiser”. Para mudança de atividade:
Consigna aberta: “Gostaria que você me mostrasse o que quisesse com esses materiais”.
Consigna Fechada: “Gostaria que você me mostrasse outra coisa que não seja…”, ou “Gostaria que você me mostrasse algo diferente do que já me mostrou”.
Consigna Direta: “Gostaria que me mostrasse algo de… (matemática, escrita, leitura)”.
Consigna Múltipla: “Você pode ler, escrever, pintar, recortar desenhar, etc?”.
Consignas para Pesquisa: “Para que serve isto, o que você fez que horas são, que cor você está utilizando?”
As respostas geralmente após a consigna de abertura são:
Ø Sujeito começa a fazer algo (desenha, pinta, recorta, etc).
Ø Pede que lhe indique o que precisa fazer, ao que se responde: “o que você quiser”.
Ø Fica totalmente paralisado sem poder reagir. Mesmo diante do modelo múltiplo não realiza nada. Qualquer uma das respostas já são dados significativos para a avaliação.
Ø Quando o entrevistado  apresenta  alguma  produção,  é aconselhável que se incida sobre ela, perguntando, argumentando, investigando, apresentando um problema, pedindo que relate o que leu, escreveu ou desenhou. Observa-­se o grau de mobilidade e de modificabilidade do entrevistado.
PRIMEIRO PASSO:
Ø Mostre-me o que sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de materiais dispostos sobre a mesa (ou na caixa fechada)
Ø Você pode fazer alguma coisa de matemática, desenhar, escrever ou qquer coisa que lhe venha à cabeça, o que prefere fazer . “Esse material é para que você o use como quiser”,
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO:
Fatores de observação durante a EOCA
Através da observação do tema, da dinâmica e do produto, pode se observar o sintoma e as causas históricas coexistentes (ansiedade, defesa, funções, nível de pensamento utilizado, grau de exigência, aquisições automáticas, aspectos da lateralidade, organização, ritmo de trabalho, interesses, etc).

Estes três níveis de observação são indicadores do 1º sistema de hipóteses:
Temática Consiste em tudo que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta humana, um aspecto manifesto e outro latente
Dinâmica Consiste em tudo que o sujeito faz e não é estritamente verbal: gestos, tom de voz, postura corporal, etc. a forma de sentar ou de pegar o lápis podem ser mais reveladoras que os comentários e até mesmo que o produto.
Produto: Em relação ao produto(é o que o sujeito deixa registrado no papel)
PRODUTO ( A ESCRITA, O DESENHO, AS CONTAS, A LEITURA, o que deixa no papel ):
É o que o sujeito deixa gravado no papel, na dobradura, na colagem, etc. incluindo a seqüência em que foram feitos.
Dimensão afetiva
 Alguns indicadores:
Alterações no campo geográfico e o de consciência (distração, inadequação da postura, fugas, etc). Aparecimento de condutas defensivas (medos, resistência à tarefas, à mudanças, à ordens, etc).
Para fazer qualquer atividade precisa receber ordens de alguém, explicando o que deve ser feito.

Ordem e escolha dos materiais.
Aparecimento de condutas reativas (choro, ansiedade, etc).
Dimensão cognitiva
Leitura dos objetos e situação Utilização adequada dos objetos;
Estratégias utilizadas na produção de tarefas Organização;
Planejamento da atividade (antecipação) Nível de pensamento utilizado.
POSTURA DO EXAMINADOR
ü Deve ser um mero observador da conduta do avaliado;
ü Participando com intervenções somente quando achar necessário.
ü Utilizar­se de vários tipos de consignas para maior riqueza das observações.
ü Colocar limites quando achar necessário.
ü Quando o avaliado apresenta dificuldades para entrar na tarefa, deverá utilizar consigna múltipla para facilitar a decisão do avaliado.
ü Caso o avaliado permaneça sem iniciativa, devemos lembrar também que esta também é uma postura a ser analisada, é uma forma de agir frente a situações novas, deve ser avaliada em seus vários fatores.
ü Se necessário, pode ser feitas mais de uma entrevista de EOCA.

FORMA DE REGISTRO
Papel pautado dividido em duas colunas, sendo a da esquerda maior, pois servirá para as anotações do que ocorrerá na entrevista e a coluna da direita para anotações das hipóteses levantadas. Deve­se anotar tudo que ocorrer, postura, ações, palavras, frases, etc. Ou utilizar as tabelas em anexo.
LEVANTAMENTO DAS HIPÓTESES SOBRE CASUALIDADE HISTÓRICA
As hipóteses serão levantadas de acordo com as observações feitas durante a entrevista. Levando-se em conta as três linhas de pesquisa que serão realizadas: cognitiva, afetiva e orgânico ­funcionais. Quando as hipóteses nos levarem a uma área específica (ex: psicologia, fonoaudiologia, neurologia, etc), deve-se pedir a avaliação de um profissional competente, sempre que possível.

PRINCIPAIS OBSTÁCULOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
·        Obstáculos Funcionais
·        Assimilação
·        Lentidão
·        Domínio especial
·        Motor
·        Elaboração mental
·        Obstáculos Epistemofílicos (emocionais)
·        Estado confusional
·        Perseveração
·        Exigência
·        Conduta evitativa
·        Mecanismos defensivos
·        Obstáculos Epistêmicos (Cognitivos)
·        Desempenho
·        Antecipação
·        Insensibilidade – não percebe determinados conflitos
Não possui mecanismo de integração. Ex: colocam­se vários fósforos de tamanhos iguais alinhados com outros fósforos de tamanho menor. Junta­se até as duas linhas atingirem o mesmo comprimento e pergunta­se se os fósforos são iguais. O sujeito não percebe que só o comprimento final é o mesmo, mas que os fósforos são diferentes.
Conforme (CHAMAT 2004 P.78) o sujeito não cria algo novo, repete conhecimentos adquiridos anteriormente, utilizando esquemas de pensamento empobrecidos, demonstrando falta de envolvimento com o objeto de aprendizagem e, consequentemente, com o conhecimento e com quem o transmite. Uma modalidade Hipoassimilativa/Hipoacomodativa é criança com deficiência intelectual em grau leve, não foi estimulada adequadamente.
Assimilação, acomodação
Nível cognitivo/ Observações gerais
Cada nível de estrutura cognitiva corresponde a uma leitura da realidade e um nível de evolução afetiva para estabelecer um vínculo com o objeto.
Cognitivo – Operações lógicas que regulam os intercâmbios com o meio externo, com a lógica correspondente ao estágio cognitivo a que percebe o sujeito. Diante de determinada situação, o sujeito passará pelos momentos de indiscriminação, objetiva parcial e total, em movimentos de ir e vir. Quando atinge o patamar, pode passar para outro no mesmo movimento.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO:
É necessário realizar as seguintes provas:
Diagnóstico operatório de Piaget.
Teste de Consciência Fonológica.
Avaliação Pedagógica.
Prova de Leitura e escrita, segundo a Psicogênese da Aprendizagem – Segundo Emília Ferreiro.

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